quarta-feira, 7 de julho de 2010

Elas não são mocinhas

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Não é de hoje que fico invocada de ouvir os adúlteros, ôpis, adultos, adulterando, tentando eliminar a condição de criança das crianças. Querem de todo jeito acabar com a infância, com a espontaneidade, com a beleza da inocência e da sinceridade presente nas crianças, e transformá-las nuns trecos estranhos, influenciadas por tipos mais estranhos ainda, os ditos normais. É muita maldade! E dá-lhe tudo e quanto é tipo de propagandas onde enfiam as crianças, para venderem todo tipo de produto. É muita deturpação!
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Botamos duas filhas neste mundão, Júnia Liz e Elena Liz, e elas não são mocinhas, coisa nenhuma, ainda não. Elas são crianças, crianças, meninas, pequenas, pimpolhas, tutuzinhas, gracinhas, fofinhas, pituquinhas, enfim, crianças. Por onde vou com elas e ouvimos, oh! como elas estão mocinhas! Em resposta, desfaço o equívoco, não, elas são crianças.
Mocinhas, daqui a alguns anos, ainda, e tal e tal, e dou um sorriso.

Levando as duas para as Escolas, passamos por um carro estacionado, dentro, uma mulher e no banco de trás uma menininha de uns quatro anos, e na passagem ouvi a mulher dizer, mas você vai chorar na escola? Mas você já é uma mocinha!
Ah! Mas o sangue ferveu. Continuamos a andar e falei pras meninas, reforçando algumas conversas, de que quando alguém as tratasse por mocinhas, elas respondessem que não, não eram mocinhas, e sim, crianças. Só que desta vez fui mais longe.
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Meninas Liz, vou dizer uma coisa pra vocês, já expliquei como e quando você se tornarão mocinhas, então se algum adúltero, ôpis, adulto, virar pra alguma de vocês e falar, nossa, já é uma mocinha! Vocês podem responder, minha mãe disse que não sou mocinha, ainda, e que isto vai acontecer quando sair sangue da minha perereca. E se o tal arregalar os olhos, perguntem, olha, por que seus olhos estão arregalados?
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Mas mãe, não tenho coragem de falar assim.
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Ou então vocês podem dizer, serei mocinha quando minha menstruação chegar, até lá sou criança, menina.
(fev/2010)

E se meninos fossem, não seriam rapazes, muito menos rapazinhos.

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