sábado, 20 de outubro de 2012

Isabel – A pura



Isa e ou Bel, a pura no nome. Santa por conta e do pau-ôco por ocasiões. Em sua representação lá ia, a pura de pernas de fora, a pura com bustiê e blusas decotadas.

Desde que tomei gosto, as de ponta fina tornaram-se as preferidas. Pelo menos os traços finos, menos grossos ou borrados...
Mas, que bobagem!
Um disparate em crer, que mais amenas ficariam as mazelas saídas por força de uma ponta manchando folhas tão finamente.

Não a vi num bordel nem na rua de baixo em dia de trabalho, não era da casa das ‘meninas’. Se dava ao luxo de escolher. Não porque fosse a mais bonita ou a mais corpo perfeito, ainda assim, um algo pairava chamando a atenção: tesão, compaixão, uma incomodação, uma atração impelia ao cheiro que exalava. A vontade de pegar, de botar as mãos, inalar e encher os pulmões com aquele ‘cheiro de carne’, viajou a bicha.
Não se dava às bolas quando entendia e quando não, passava contemplativa, seguia sem rebolar, naquele andar lento ou apressado, às vezes muito de cabeça baixa que chegava a incomodar o estudante vindo do interior.  
(2011)

O Som!!!!!!
Amy Winehouse 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

das ausências


“As bocas fecharam no silêncio das árvores.”
“O calor adormecido no aquário da linguagem.”
(Jorge Pimenta)

para Jorge Pimenta

O aquário da linguagem: as bocas, as mãos, os corpos
nas bocas, nas mãos, nos corpos.
O silêncio dos aparelhos, do vento, da noite, do dia deserto, do sussurro
Saliva e suores do silêncio úmido adormecido.
No aquário faz adormecer as bocas, as mãos, os corpos
em escaldante cansaço
as glândulas sêcas
as linhas rachadas
os membros inertes.
(out/2010)


porque somos as mudanças das estações, somos as fases da lua. o tempo passa e sobrevoa a terra, os montes, as matas, as águas, os corpos, e novamente a terra. o vento carrega as folhas, leva-traz, movimenta as ondas. porque somos o corte que sangra e a palavra só, já não basta. muitos olhos cegos brilham por verdes papéis e não pelo vivo verde, muitos ouvidos surdos só ouvem o tilintar metálico e não os acordes melodiosos. mas as mãos lutam por levar o perfume da primavera às narinas, lutam por levar a maciez das pétalas orvalhadas à face. o toque, o toque... estendo os braços abertos e sinto nas pontas dos dedos o calor, o frio, o vento, as batidas pulsando, pulsando...
(set/2012)




O Som!!!!!

Dulce Pontes – Ondeia-Agua

terça-feira, 16 de outubro de 2012

porque a luta continua

foto: eu com uma camiseta de Pedralva/MG



http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=196293

13 DE OUTUBRO DE 2012 - 17H41 

Altamiro Borges: Aécio Neves perdeu em Minas Gerais


Concluída a apuração do primeiro turno, a mídia demotucana foi obrigada a confessar que as forças de direita saíram derrotadas das urnas – com o PSDB e o DEM perdendo votos, prefeitos e vereadores, na comparação com 2008. A única exceção, afirmaram certos “calunistas”, teria sido o senador mineiro Aécio Neves. Ele teria “humilhado” Lula e Dilma no pleito de Belo Horizonte. 

Por Altamiro Borges, em seu blog


A reeleição de Marcio Lacerda, que nem é do PSDB – mas sim um tucano infiltrado no PSB –, mostraria a vitalidade do presidenciável tucano.

Um estudo mais detido das eleições em Minas Gerais, porém, mostra que não é bem assim. Aécio Neves continua cambaleante – no sentido político do termo. O PSDB perdeu força no estado. Como aponta Fabiano Angélico, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, a eleição demonstrou que "o aecismo está declínio". Das dez maiores cidades mineiras, que concentram 30% da população e 45% do PIB do estado, o tucanato foi vitorioso apenas na capital e na cidade de Betim, na região metropolitana. No restante, o PSDB encolheu!

Derrota nas dez maiores cidades

“E nem mesmo será preciso esperar o segundo turno para se dimensionar o poder do PSDB e dos seus aliados nas maiores cidades do estado: eles estão fora das quatro disputas que ocorrerão no final deste mês”, aponta Fabiano. Na comparação com 2008, o resultado foi catastrófico para Aécio Neves. “A partir de 2013, os aecistas governarão 2,7 milhões de pessoas, novamente considerando-se as dez maiores cidades de Minas; enquanto os não aecistas administrarão cidades que somam uma população de 3,2 milhões”.

Em 2008, o PSDB e os seus aliados venceram as eleições em quatro das dez maiores cidades – Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora e Ribeirão das Neves. Agora, apenas em duas. Já o PT elegeu no primeiro turno os prefeitos de Uberlândia, Ipatinga, Ribeirão das Neves e Governador Valadares; e ainda participa do segundo turno em Contagem (numa disputa com o PCdoB), Juiz de Fora (contra o PMDB) e Montes Claros (contra o PRB) – todos partidos da base de apoio do governo Dilma. Em Uberaba, a disputa se dará entre PMDB e PSB.

Belo Horizonte demarca os campos

Como afirma o deputado estadual Rogério Correia (PT), “será difícil emplacar a visão aecista da vitória tucana. Haja verba publicitária”. No computo geral, as forças de esquerda cresceram em Minas Gerais, com destaque para o PT. A sigla elegeu 114 prefeitos, somou 2,4 milhões de votos (aumento de 21,28% em relação a 2008) e ampliou em 23,5% o número de vereadores – de 659 para 814. Mesmo na disputa em Belo Horizonte, as forças de esquerda foram derrotadas eleitoralmente, mas garantem que obtiveram uma vitória política.

Para a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), “a eleição na capital serviu para acabar com uma confusão que reinava na política mineira e causava grandes danos. Ela demarcou os campos políticos e encerrou o ciclo do ‘Lulécio’ e da ‘Dilmasia’ – resultado das alianças no passado entre Lula/Aécio e Dilma/Anastasia. Agora a oposição volta a ter fisionomia própria e mais força em Minas Gerais, o que será importante para a batalha presidencial de 2014 e também para a sucessão no governo estadual”.

O discurso de Patrus Ananias
No seu discurso após a conclusão da apuração, o ex-ministro Patrus Ananias – que entrou na disputa na última hora, depois do fim da aliança petista com o prefeito Marcio Lacerda – bateu na mesma tecla. “Eu quero dizer que, na vida pública, as vitórias políticas nem sempre se confundem, ou se encontram, com as vitórias eleitorais. Nós tivemos uma grande vitória política”. Ele destacou a conquista da unidade interna no PT e formação de um bloco de centro-esquerda na eleição para a prefeitura da capital mineira. 

“Demarcamos um campo: a partir de agora, Belo Horizonte e Minas Gerais, porque tivemos também vitórias importantes no estado, terão uma oposição forte. Beagá e Minas não pertencem a ninguém. Vamos disputar, democraticamente, nossas concepções contra o campo conservador. É o campo democrático popular, é o campo de centro-esquerda, contra as forças do atraso e do neoliberalismo. Foi uma vitória política, além dos reencontros e das novas amizades novas. É uma vitória da nossa querida e bela militância”.

Ressaca na terra natal
Uma curiosidade das eleições em Minas Gerais, que comprova o declínio do aecismo, é que o cambaleante presidenciável tucano não conseguiu vencer nem em São João Del Rei – terra natal de sua família e de seu avô, Tancredo Neves. Pela primeira vez na história, a cidade a 180 quilômetros da capital será administrada pelo PT. O professor Helvécio Luiz Reis obteve 56,39% dos votos válidos, contra 39,94% obtidos pelo peemedebista Nivaldo Andrade, que tentava a reeleição com o apoio entusiástico de Aécio Neves.

Outra curiosidade é que em Uberaba, a 475 quilômetros da capital, Aécio Neves traiu o seu próprio partido e apoiou outro infiltrado do PSB, Antonio Lerin. Neste caso, o golpe não deu certo e o candidato aecista perdeu a eleição. Ele teve 20,89% dos votos e o vencedor foi o ruralista Paulo Piau (PMDB), com 31,71%. O PSDB local, que lançou Fahim Sawan, até tentou conter a traição de Aécio. Ingressou a Justiça Eleitoral para proibi-lo de aparecer nos programas de tevê. Mas o senador obteve liminar e consumou o golpe – mas não conseguiu eleger o seu candidato. Perdeu política e eleitoralmente!




O Som!!!!

TODO CAMBIA

domingo, 7 de outubro de 2012

elucubrações

a coruja


Creio no ciclo do ar e tudo seria como folhas ao vento, não fossem elas caírem anunciando o inverno.
A música assume vários papéis, um universo rico da dialética, uma arte cantada, clamada, no entanto, poética versus cifrões.
Nem sempre jogamos palavras somente ao vento.
Minhas cordas vocais vibram no seu ouvido.
Um canto da história feita, imaginada, da história que se quer deixar.
Minha cabeça dá rodopios.
Como pode ser se não sou coruja, mas mesmo assim:
Roda gira
Gira roda
Escrevi uma vez:
Era uma vez muitos animais, muitas flores, e também, muita gente, muita gente, muita gente
Será possível o animal racional?
Será possível o animal entender?
O dinossauro morreu e de nada entendia
E entendia de nada
Mas mesmo assim:
Gira roda
Roda gira

Who I am? Quem sou eu? ¿Quién soy yo?

(2003)



uma variação
a coruja(no paint net)



O Som!!!!

Mercedes Sosa & Horacio Guarany- Si se calla el cantor


imagens que usei: net 

A tormenta que se tornou

A vontade é ir preenchendo as tantas linhas vazias com toda manifestação das emoções que se dão, afloram e transpiram, ocupando de rab...