Um dia acabou. Não foi tudo, um
sentimento sobrou que era incapaz de preencher o vazio. Era tanto espaço! Os invisíveis
perambulavam em expansão, penetrando o resto. Não houve nada. A sobra se encheu, sem corpos,
sem braços, sem pernas. Somente as cabeças e quase sempre os olhos. A língua
não fazia mais sentido, palavra que ficou de fora. Os cabelos coalharam aquele
pedaço de piso só para ter as orelhas livres ao assovio do vento. Queria voar. Subiria devagar, senão do
contrário, achava, a pressão estouraria os miolos. O peito virou terra de
ninguém. Um vácuo, sem leis, abandonado. Num último momento o coração ainda
teve dúvidas, por fim juntou o pouco, que era tudo o que tinha e se foi. Dividido
escolheu a descida, instalou-se nos pés.
O SOM!!!!!!!
do filme Hair – Hair
2 comentários:
os pés são alados, nos transportam
cheiro
os olhos também
mas queria mesmo era poder bater umas asas de verdade
um chêro
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